Pequena meditação de fim de tarde, lembrando do conto Far Centaurus, de A. E. VanVogt. Nesse conto, publicado originalmente em 1944 na revista Astounding Science Fiction e que pode ser encontrado aqui, uma expedição vai para Alfa Centauro em estado semelhante à criogenia, pois só chegarão lá séculos depois. A estrela fica a cerca de quatro anos-luz da Terra, e como não existe maneira de ultrapassar a velocidade da luz, eles precisam desse método. Mas, ao chegarem, descobrem que nesse meio tempo foi descoberto um jeito de ir além da velocidade da luz, e a região já está colonizada – e a viagem deles foi em vão. Às vezes fico me perguntando se algo semelhante não ocorre a nós, brasileiros, em relação ao nosso pensamento acadêmico e ficcional onde se cruza com a tecnologia. Até que ponto estamos realmente produzindo textos no estado da arte com relação ao que se faz lá fora? Aliás, isso é importante, ou sequer relevante? Tenho formulado uns pensamentos com relação aos chatbots (o ChatGPT em particular, mas não só ele) e também com relação a algo que não está diretamente ligado a isso mas a ideia de mentalidade de primeiro versus terceiro mundo: o recente anúncio da “atualização” dos livros do escritos Roald Dahl. Mais sobre isso em breve.
