Ontem recebi duas ótimas notícias. A primeira na verdade foi o resultado de uma notícia que recebi pouco mais de um ano atrás, quando tive um artigo aceito para publicação no livro Uneven Futures: Strategies for Community Survival from Speculative Fiction, publicado pela MIT Press e editado por Ida Yoshinaga, Sean Guynes e Gerry Canavan. O artigo, que está num formato diferente do costumeiro (parágrafos numerados à maneira das teses wittgensteinianas) foi recebido com certo estranhamento, mas depois de uma rápida troca de e-mails os editores entenderam a intenção e aceitaram o formato sem problemas.
O artigo tem o título de Kim Stanley Robinson, New York 2140 (2017) / Logistic Utopia. Nele eu elaboro o conceito de “utopia logística”, com base em Fredric Jameson em seu Arqueologias do Futuro (que eu e o amigo Tiago Meira começamos a discutir no nosso podcast Viva Sci-Fi recentemente; fiquem ligados que iremos alternar programas sobre livros e temas de FC com a leitura e análise dos capítulos desse livro) e no livro Nova York 2140, de KSR, que é um dos meus autores favoritos, não só de ficção científica, mas de literatura estadunidense, ponto. Foi um trabalho que me deu muita alegria, não só pelo conteúdo, mas também por ter conseguido emplacar uma forma não-tradicional de escrita acadêmica.


Além disso, no fim do dia recebi um e-mail que estava esperando desde antes do carnaval: o aceite do meu artigo “EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO: SOBRE OS FUTUROS PERDIDOS DE MARK FISHER” para apresentação no III Congresso Internacional em Humanidades Digitais (HDRio2023), que vai acontecer no Rio de Janeiro entre os dias 16 e 20 de abril. Mark Fisher (de quem traduzi recentemente o livro póstumo Postcapitalist Desire e sobre o qual ministrarei um curso no segundo semestre) é um dos meus focos de pesquisa, e vou ter muito a falar sobre ele e o conceito de Assombrologia nos próximos tempos.