Sobre

Muito prazer, Fábio Fernandes.

Nasci no Rio de Janeiro, em 1966. Comecei a escrever ainda durante o segundo grau, quando, por sugestão de uma professora, criei uma peça de teatro composta por três esquetes para inscrição em um concurso promovido pela Universidade Federal de Alagoas em 1985, e ganhei o Prêmio Frei João de Santângela de Dramaturgia (concedido para o primeiro lugar em nível nacional). A peça, intitulada Polêmicas, não chegou a ser encenada para além de duas apresentações no CEFET-RJ, onde eu estudava no curso de Eletrônica. Entretanto, após uma leitura dramatizada na Oficina de Dramaturgia promovida pelo comediógrafo João Bethencourt na SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), da qual eu era membro, as atrizes que leram o terceiro esquete, Anita Terrana e Anja Bittencourt, me disseram que se eu quisesse ampliá-lo e transformá-lo numa peça, elas ajudariam a produzir e a estrelariam. Em 1998, a peça, que recebeu o nome de Vestidos Brancos, estreou na Sala II do Teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, com as duas atrizes, sob a direção de Luiz Armando Queiroz.

Nessa época, tendo me formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), eu trabalhava como tradutor de textos técnicos durante o dia, e à noite fazia plantão na redação do jornal Tribuna da Imprensa, onde escrevia para o caderno de cultura Tribuna BIS e por um breve período atuei como sub-editor do caderno Internacional. Foi um período de grande atividade também na área literária: entre 1986 e 2001 traduzi dezenas de livros de autores diversos, entre eles Clive Barker, Anne Rice e Neil Gaiman, além de publicar contos de minha autoria em fanzines de ficção científica. Em 1995 publiquei o primeiro conto profissionalmente, Para Nunca Mais Ter Medo, na revista Dragão Brasil.

Em 2000 publiquei meu primeiro livro, a coletânea Interface com o Vampiro e ganhei o Prêmio iBest de Melhor Conteúdo para a Web pelo trabalho no portal Vento, da empresa de telefonia Vésper, em São Paulo, para onde me mudei em 2001. Cursei mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e me tornei professor da PUC-SP em 2004, primeiramente no curso de Tecnologia e Mídias Digitais, e posteriormente nos cursos de Tecnologia em Jogos Digitais e de Jornalismo.

Também em 2004, traduzi o que viria a ser meu livro mais importante na área literária: o clássico Laranja Mecânica, de Anthony Burgess. Para essa retradução, escrevi um extenso prefácio detalhando o processo de pesquisa e de tradução desse livro. É a partir daí que firmei definitivamente meu nome como tradutor de ficção científica, assinando a tradução de vários clássicos como Neuromancer, 2001: Uma Odisseia no Espaço, Fundação, Snow Crash, O Homem do Castelo Alto, e livros mais recentes como A Cidade & A Cidade, Estação Perdido, A Roda do Tempo, Brasyl e HEX.

Em 2009 publiquei meu primeiro romance, Os Dias da Peste (republicado em 2017 somente em formato de e-book). Nessa época comecei a publicar meus primeiros textos em inglês, primeiro como resenhas de livros para sites como The Fix e Fantasy Book Critic e para o portal SF Signal, ganhador de dois Hugo Awards, e depois contos em diversas revistas digitais. Comecei a ser publicado em diversas antologias nos EUA e na Inglaterra, como Steampunk II, editado por Ann e Jeff Vandermeer, e Outlaw Bodies, editado por Lori Selke e Djibril al-Ayad. É com al-Ayad, editor da revista Future Fire, que co-editei a coletânea de ficção científica pós-colonialista We See a Different Frontier, em 2013. No mesmo ano, fui selecionado para participar da mais importante oficina literária do meio, a Clarion West Writers Workshop, em Seattle. Tive como instrutores Neil Gaiman, Elizabeth Hand e Samuel Delany, entre outros.

Ao voltar para o Brasil, publiquei a antologia Vaporpunk 2, co-editada por mim e Romeu Martins, e ganhei o Prêmio Argos de Melhor Antologia. Meu conto Eleven Stations, publicado na antologia comemorativa para Samuel Delany Stories for Chip, recebeu Menção Honrosa do editor Gardner Dozois em sua antologia anual The Year’s Best Science Fiction 33 (2016).

Em 2019 lancei o segundo romance, BACK IN THE USSR, que foi finalista do Prêmio Jabuti na então recém-criada categoria Romance de Entretenimento, em 2020 . Durante a pandemia da COVID-19, lancei três e-books: Como Ler Melhor, Como Ler Melhor 2 e Foco: Dicas para Concentrar Melhor. A pandemia também é o momento em que, depois de alguns anos ministrando cursos presenciais, comecei a lançar cursos com aulas pré-gravadas em uma plataforma online: Ficção Científica no Campo Político, a versão digital de um curso de sucesso que ministrei presencialmente em São Paulo; Oficina Literária Terra Incógnita, também adaptada de minha oficina presencial; e O Texto como Origami, curso inédito criado para o mercado online na plataforma Hotmart. No fim de 2020, tive um ato de minha peça Ao Fim do Longo Inverno (ainda inédita) traduzido para o inglês e lido no festival de teatro de ficção científica TALOS IV, na Inglaterra.

Em março de 2021 publiquei meu primeiro livro solo no mercado de língua inglesa, a coletânea Love: An Archaeology, contendo doze contos escritos originalmente em inglês e previamente publicados em diversos sites e antologias, e dois contos escritos em português e traduzidos por mim exclusivamente para esse livro.

Sou membro da British Science Fiction Association, da Utopian Studies Society e da Science Fiction Research Association, e desenvolvo pesquisas sobre narrativas de sociedades utópicas.