Novembro chegou, e com ele a exaustão. Tenho muitas notícias boas e estou devendo posts aqui, mas vou compensar essa lacuna até o fim do ano. Por ora, sigo vendo meus filmes (ainda com o desafio proposto pela Patrícia), mas que neste último mês ficou bem aquém da meta desejada, em parte devido ao Halloween. Não tenho mais o hábito de ver filmes de terror, mas me dei uma folga e consegui assistir alguns que vinha desejando há um tempo. No total, foram 27 filmes, um número abaixo do que eu gostaria, mas bem melhor que o de setembro. Vamos à lista:
Heathers – Michael Lehmann
Cassino Royale – Martin Campbell
Quantum of Solace- Marc Forster
The Velvet Vampire – Stephanie Rothman
Skyfall – Sam Mendes
Entrevista com o Demônio – Cameron e Colin Cairnes
Spectre – Sam Mendes
Mad Max Fury Road – George Miller
As Últimas Mulheres do Mar – Sue Kim
O Segredo dos Anjos – Stefano Reali
No Time to Die – Cary Joji Fukunaga
Furiosa – George Miller
Someone’s Watching Me! – John Carpenter
Os Rejeitados – Alexander Payne
Sabotage- Alfred Hitchcock
X – Ti West
The Time Travelers – Ib Melchior
Atiraram no Pianista – Fernando Trueba e Javier Mariscal
Journey to the Center of Time – David L. Hewitt
Pearl – Ti West
Crise nas Infinitas Terras parte 3 – Jeff Wamester
Maxxxine – Ti West
The Fall – Tarsem
Klute- Alan J. Pakula
Women Make Film, episódio 1 – Mark Cousins
Donne della Resistenza- Liliana Cavani
A Dama de Shanghai – Orson Welles
Estatísticas:
. Dos 27, eu já tinha visto 8 antes – acho que é a maior relação de filmes repetidos que vi num mesmo mês este ano. Revi toda a série de 007 do Daniel Craig para escrever um artigo (uma das coisas que estou devendo aqui, mas em breve sai). Destes, eu vi Cassino Royale umas quatro vezes, e os demais apenas duas. Heathers e The Time Travelers eu vi apenas duas contando com estas agora, Fury Road três (sendo que duas no cinema, uma em Lisboa quando estreou, outra quando voltei ao Brasil – e as legendas de lá estavam bem melhores que as nossas, para acabar de vez com o mito de que o português de lá estraga os filmes.
. Não vimos nenhum filme no cinema em outubro. Com Patrícia vi apenas um filme na Netflix, o incrivelmente bizarro O Segredo dos Anjos, uma romcom italiana assumidamente católica. Hallmark made in Vatican.
. Idiomas: quase tudo em inglês, como sempre, com algumas ótimas exceções: As Últimas Mulheres do Mar (coreano), O Segredo dos Anjos e Donne della Resistenza (italiano), e Atiraram no Pianista (inglês e português).
. Foi um mês razoável em termos de filmes feitos e/ou protagonizados por mulheres: em que pese a genial trilogia X (o que é Mia Goth, gente? Gostei e não foi pouco), foram no total 12 de 27, o que dá 44%. Não foi o pior mês nem de longe, mas podia ser melhor. Uma coisa bacana foi a descoberta, já no finzinho do mês, da série Women Make Film, dirigida por Mark Cousins e narrada em grande parte por Tilda Swinton, sobre mulheres cineastas. Vi o primeiro episódio e fiquei fã. Já estou no episódio 5 de um total de 14 que deverei ver ao longo de novembro, então acredito que a percentagem vai subir bastante.
Como nos demais meses, os filmes foram listados na ordem em que os assisti, sem classificação de qualidade; entretanto, me reservo o direito de recomendar que vejam os que mais gostei e, da mesma maneira, sugerir que passem longe dos que não gostei. A saber:
Os que mais gostei:
. Atiraram no Pianista – a animação de Fernando Trueba e Javier Mariscal com as vozes de Jeff Goldblum e Tony Ramos (!) conta a história de Tenório Jr., notável pianista de samba-jazz que estava em turnê com Vinícius de Moraes na Argentina quando houve o golpe e se tornou um dos desaparecidos, por acidente. Triste mas muito necessário.
. The Fall – o filme cult de Tarsem (diretor do melhor clip de música de todos os tempos, Losing My Religion), que entrou para o catálogo mundial da MUBI em versão 4k, com suas imagens e cores deslumbrantes. Vale demais a pena.
. The Time Travelers – Ok, confesso, esta pérola do trash sci-fi dos anos 1960 só entra aqui por questão afetiva: eu era criança quando o vi pela primeira vez na falecidíssima TV Tupi, em algum momento dos anos 1970. Lembro que fiquei colado na tela e o final me assombrou tanto que até hoje eu me lembrava dele quase cena a cena. O resto do filme é uma bobagem danada. E teve um remake três anos depois (Journey to the Center of Time) que conseguiu ser muito pior e mudou o final de tal modo que perdeu o único charme do outro.
. Donne dela Resistenza – documentário de Liliana Cavani sobre as mulheres que lutaram contra o fascismo na II Guerra. Feito em 1965, quando o conflito ainda estava fresco nos corações e mentes de todos ali, é outro relato devastador, que eu gostaria que pudesse servir de alerta para o futuro, mas mesmo naquele momento já uma das entrevistadas afirmava que não seria o caso, pois o fascismo estava voltando à Itália com tudo. E continua.
Corram que o filme ruim vem aí:
. The Velvet Vampire – sabem aqueles filmes que são tão ruins que são bons? Não é o caso deste. Na verdade é um soft porn maldisfarçado de filme de terror, com péssimas atuações, que muito provavelmente passou em alguma madrugada da Band ou do SBT, e que eu vi porque estava no catálogo do Criterion e, ora pipocas, mulheres diretoras também têm o direito de fazer filme ruim de sacanagem, e eu quis prestigiar. Juro que foi só por isso.
. O Segredo dos Anjos – Como falei mais acima, comedinha romântica italiana católica, mas que em determinados momentos assume um tom pastelão de novela mexicana (como quando aparece o advogado de sobrancelhas grossas e pontudas supostamente sedutor mas que na verdade é um emissário demoníaco – sério? Nem tínhamos reparado).
. Journey to the Center of Time – a versão scifi do Velvet Vampire, só que sem sacanagem, e só isso já é uma puta falta de sacanagem com os espectadores. Eu na verdade achava que era este o filme que eu tinha visto na infância, mas depois constatei que foi The Time Travelers mesmo, justamente pela ausência do final impactante.
