Setembro foi melhor que agosto: lentamente vou retomando a rotina de filmes diários, que só foi interrompida porque maratonei as duas temporadas de Entrevista com o Vampiro, e fiquei mui agradavelmente surpreso com a adaptação tão diferente e ao mesmo tempo tão fiel da obra de Anne Rice. Recomendo muito.
Quanto aos filmes, se a quantidade foi maior, a proporção de filmes dirigidos, roteirizados e/ou protagonizados por mulheres foi menor. De 22 filmes, apenas 9, o que dá 40%. Longe do ideal e da proposta original de Patrícia, mas seguimos tentando. Vamos aos filmes então:
Call me Kate – Laura Tucker
No Intenso Agora – João Moreira Salles
The Miracle Club – Thaddeus O’Sullivan
Hot Fuzz – Edgar Wright
The World’s End – Edgar Wright
Working Girls – Dorothy Arzner
Agatha Christie: 100 Years of Poirot and Miss Marple – Sean Davison
Jack Absolute Flies Again – Emily Burns
Spread – Ellie Kanner
Uma Confeitaria para Sarah – Eliza Schroeder
Finishing School – Wanda Tuchock e George Nichols Jr.
Empire Records – Allan Moyle
As Montanhas da Lua – Bob Rafelson
Planeta dos Macacos – O Reinado – Wes Ball
Midnight Mary – William A. Wellmann
As Três Filhas – Azazel Jacobs
O Rei da Comédia – Martin Scorsese
What Price Hollywood – George Cukor
O Poderoso Chefão, parte 2 – Francis Ford Coppola
Delicioso- da Cozinha para o Mundo – Eric Besnard
Bed of Roses – Gregory La Cava
Licorice Pizza – Paul Thomas Anderson
Estatísticas:
. Dos 22, eu já tinha assistido 4 antes: Hot Fuzz e The World’s End, fechando a trilogia Cornetto de Edgar Wright e Simon Pegg, e já vi pelo menos umas três vezes cada. Mas o campeão absoluto é O Poderoso Chefão, aliás o filme favorito da Patrícia: tanto a parte 1 quanto a 2 (que consideramos um filme só) já foi vista por ela inúmeras vezes, e por mim apenas um pouco menos. Desta vez, vimos na área externa da CInemateca Brasileira, numa noite de frio inusitado para São Paulo no início desta primavera tão escaldante. Tanto que não aguentamos; saímos na metade e fomos ver o resto no conforto do lar, com um chocolate quente batizado com rum (ninguém é de ferro);
. O único filme visto no cinema foi O Poderoso Chefão parte 2; mas não vi todos os filmes em casa: exibi o documentário No Intenso Agora, de João Moreira Salles, para meus alunos da Oficina de Texto de Política e Sociedade. (Eles ficaram impactados.);
. Com Patrícia eu vi três filmes: O Poderoso Chefão 2, Delicioso e As Três Filhas, um drama nem sempre tão delicado sobre irmãs que se veem obrigadas a estar na casa da infância aguardando o pai morrer. É um tema pesado, mas o diretor e as atrizes souberam alternar com alguns momentos de leveza, o que torna o filme mais fácil (embora não menos denso) de ver; também vimos Uma Confeitaria para Sarah, mas não recomendo;
. Idiomas: tudo em inglês, com exceção de No Intenso Agora (em português) e Delicioso — um filme que tem no título o adjetivo certo — em francês;
. Uma curiosidade: tem uma peça de teatro filmado nesta lista. Há pouco tempo decidi assinar o streaming britânico National Theatre at Home, que oferece dezenas de peças filmadas de uma qualidade impressionante. Jack Absolute Flies Again é uma comédia de erros ambientada na II Guerra, mas adaptada de uma peça original do século 18, vejam vocês. Vale a pena assinar.
Como nos demais meses, os filmes foram listados na ordem em que os assisti, sem classificação de qualidade; entretanto, me reservo o direito de recomendar que vejam os que mais gostei e, da mesma maneira, sugerir que passem longe dos que não gostei. A saber:
Os que mais gostei:
. Spread – uma comédia leve e previsível mas muito bem realizada sobre uma moça com um bom diploma mas sem muitas opções de emprego que acaba indo trabalhar numa revista pornô e ajuda a levantar o moral (sem trocadilho) da publicação. Dirigido por uma mulher e com uma protagonista que está ótima no papel, Elizabeth Gillies; Harvey Keitel e Diedrich Bader também estão no filme. Na TUBI.
. Delicioso – uma história baseada levemente em fatos reais sobre o homem que teria criado o primeiro restaurante do mundo, na França pouco antes da Revolução de 1789; a história clássica de um fracasso e da volta por cima, com algumas reviravoltas razoavelmente previsíveis, mas ainda assim que não deixa você tirar os olhos da tela. Amazon Prime Video.
. As Montanhas da Lua – eu queria rever esse filme há mais de vinte anos; achei uma cópia de péssima qualidade e fui ver. Não me arrependi: Sir Richard Francis Burton é um dos meus personagens históricos favoritos, e parte das contradições do homem estão nesse filme, uma versão ficcionalizada (mas bastante fiel às biografias) da busca de Burton e John Hanning Speke pela nascente do Rio Nilo. Ainda espero que esse filme passe em algum streaming, mas eu compraria tranquilo a mídia física para rever sempre.
Corram que o filme ruim vem aí:
Uma Confeitaria para Sarah – comedinhas britânicas sempre me atraem, e se envolverem comida, então, é juntar a fome com a vontade de comer. Pena que o filme é muito irregular e um pouco confuso, o que não ajuda. Não é constrangedor de ruim, mas dá uma certa tristeza porque tinha tudo para ser um bom filme.
Licorice Pizza – ok, esse eu já sei que vai ser motivo de homicídio, mas o filme se beneficia de um certo revival dos anos 1970 para encher os espectadores de (boa) música, muito corre-corre (literal) e um roteiro que no fim das contas é apenas uma comédia romântica entre dois desajeitados e desajustados mas que não decola o suficiente para fazer com que a gente ria ou tenha mais do que uma breve identificação com os personagens. Os atores estão ótimos, mas o filme não me pegou.
