pensata de domingo

Estou lendo o excelente Monsters: a Fan Dilemma, de Claire Lederer, livro escrito com base no artigo que a autora fez para a New York anos atrás sobre Woody Allen, com a pergunta mais do que pertinente: é possível apreciar obras de arte feitas por monstros?

O livro nada tem de “cancelador” ou condenatório, mas coloca em perspectiva a visão do público perante obras de arte: afinal, é preciso conhecer a biografia do artista para melhor apreciar a obra, ou o contrário é que seria o ideal? Lederer se alinha mais aos que acreditam na força da biografia, mas a questão que ela levanta ao longo do livro é que talvez seja mais importante considerar a biografia da pessoa que aprecia a obra. Patrícia me lembra que existe um nome para isso: viés de disponibilidade, ou seja, a pessoa vai responder à obra de acordo com seus conceitos e preconceitos.

A questão que Lederer levanta não tem resposta fácil. Mas uma coisa é interessante lembrar: nós não temos nenhum controle sobre a biografia do artista. E, de certa forma, nem sobre a nossa. Mas nossas opiniões podem (e devem) mudar com o tempo.

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