Resenha ligeira: Mountains of the Mind, de Robert MacFarlane

Que eu leio praticamente todos os dias vocês já devem saber. Não sei se sabem, porém, que eu tenho um leque muito amplo de interesses, e que todos os dias eu encontro algo diferente e inusitado que me atrai o olhar.

A bola da vez (ou deveria dizer a pedra da vez?) é o livro Mountains of the Mind: Adventures in Reaching the Summit, de Robert MacFarlane, que estou usando na pesquisa para escrever meu romance mais recente. Escritor e documentarista, MacFarlane nos leva por uma viagem vertical vertiginosa, contando histórias de sua vida e de outros exploradores e alpinistas com o objetivo de nos explicar como foi que surgiu esse interesse alucinado do ser humano em escalar montanhas.

O livro é uma delícia de ler: MacFarlane faz uma arqueologia do alpinismo por intermédio de livros e relatos que vão desde o século dezoito (que é quando as pessoas começam a prestar atenção nas montanhas como algo além de acidentes geográficos supostamente criados por Deus) até os grandes exploradores do século vinte, como Mallory e Hillary. Mas tem de um tudo: de Rousseau e John Ruskin a Lorde Byron e Charles Lyell. De geologia a masculinidade tóxica (o que havia e ainda há de sobra entre os homens que se arriscam em altos picos), passando por história da arte e filologia, MacFarlane nos oferece um vasto panorama da história recente por intermédio das montanhas, que ao fim e ao cabo, segundo ele num arroubo que bem poderia ser budista, são mais um produto da nossa mente que da natureza.

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