A vertigem das listas, 2023

Comecei este blog há pouco mais de um ano, em 12 de dezembro de 2022. Postei bem menos do que gostaria – foram no total dezesseis postagens, pouco mais de uma por mês. Quase todas envolvendo livros, e todas de caráter acadêmico pop. Como eu já disse antes, este blog é em homenagem ao k-punk, de Mark Fisher, e seu nome é um tributo ao livro homônimo de Julio Cortázar.

O segundo post, publicado no dia 28 de dezembro do ano passado, foi uma lista de livros recomendados a partir de uma brincadeira no antigo Twitter. Como eu saí da máquina infernal do Dr. Musk no dia 1o de janeiro deste ano, não houve repetição. Em vez disso, tomo a liberdade de postar aqui a lista de livros que li ao longo deste ano.

Sei que muita gente não gosta de listas e acha (com grande dose de razão) que elas são narcisistas. No meu caso, faço essas listas com razoável regularidade desde 1984, portanto muito antes da Internet comercial. Então não me sinto na obrigação de me explicar nem me desculpar. Esta minha lista é para consumo próprio, mas se alguém se sentir animada/animado a ler, minhas leituras favoritas de 2023 estão em negrito. À lista, pois. Os livros não estão em ordem de leitura nem de preferência, fui elencando de acordo com a memória e a lista do Goodreads, que por diversos motivos tenho deixado de atualizar.

Livros lidos na íntegra:

  1. Palestina – Joe Sacco
  2. The Pillars of the Earth – Ken Follett
  3. Winter of the World – Ken Follett
  4. Edge of Eternity – Ken Follett
  5. Ricardo e Vânia – Chico Felitti
  6. Maus – Art Spiegelman
  7. Foundation – Isaac Asimov
  8. Icehenge – Kim Stanley Robinson
  9. Ética do Amor Livre – Dossie Easton e Janet Hardy
  10. Desafio Poliamoroso – Brigitte Vassalo
  11. Uma autobiografia – Rita Lee
  12. Outra autobiografia – Rita Lee
  13. The Wild Shore – Kim Stanley Robinson
  14. Eon – Greg Bear
  15. Eternity – Greg Bear
  16. Fer-de-Lance – Rex Stout
  17. Balões de Pensamento 1 – Érico Assis
  18. A Arte da Biografia – Lira Neto
  19. O Silêncio da Chuva – Luiz Alfredo Garcia-Roza
  20. Achados e Perdidos – Luiz Alfredo Garcia-Roza
  21. Vento Sudoeste – Luiz Alfredo Garcia-Roza
  22. Uma Janela em Copacabana – Luiz Alfredo Garcia-Roza
  23. Berenice Procura – Luiz Alfredo Garcia-Roza
  24. Miracleman – Alan Moore, Neil Gaiman
  25. A Vida por Escrito – Ruy Castro
  26. Em Busca do Tintin Perdido – Ricardo Leite
  27. Psicopompo – Octavio Aragão
  28. Intempol – Agora – Octavio Aragão e outros
  29. The Shadow of the Torturer – Gene Wolfe
  30. Aurora – David Koepp
  31. Autonorama – Peter Norton
  32. The Sparrow – Mary Doria Russell
  33. The Library at Mount Char – Scott Hawkins
  34. 100 Must-Read Science Fiction Novels – Stephen E. Andrews e Nick Hennison
  35. Começando Albertina – Deise Abreu Pacheco
  36. Excession – Iain M. Banks
  37. A Última Noite de José Wilker – André Balaio
  38. A Bandeja de Salomé – Adriane Garcia
  39. Um Santo em Marte – Rogério de Campos
  40. Baguncinha – Santiago Santos
  41. Supergirl: woman of tomorrow – Tom King / Bilquis Evely
  42. One on One – Craig Brown
  43. Strange Adventures – Tom King
  44. Shogun Vol 1 – James Clavell
  45. Shogun Vol 2 – James Clavell

Destes, 15 foram releituras. Oito foram graphic novels (das quais 3 totalmente brasileiras e uma parcialmente, se contarmos a genial Bilquis Evely no traço de Supergirl). Cinco foram livros por mim traduzidos. 18 foram de autoras/es brasileiras/os, e somente oito de autoras. A ideia no ano que vem é ler mais autoras, não para ser politicamente correto (mas eu acho justo e válido), mas porque gosto muito da literatura feita por mulheres, seja de ficção científica ou de outros gêneros. Sempre achei – e continuo achando cada vez mais – que de modo geral elas escrevem bem melhor do que nós homens.

Para fechar, uma lista extra: de livros que não terminei de ler. Não os terminei porque fossem ruins: tenho TDAH, e não é nada difícil me desconcentrar da leitura quando surgem outras coisas (inclusive outros livros) e acabo deixando de lado livros que são muito bons, e que eu geralmente retomo meses depois. São eles:

  1. Look to the Lady – Margery Allingham
  2. No Enemy but Time – Michael Bishop
  3. A Few Last Words for the Late Immortals – Michael Bishop
  4. Todos os Contos – Julio Cortázar
  5. Stonefish – Scott R. Jones
  6. Totally Wired: Post Punk Interviews and Overviews – Simon Reynolds
  7. The Whole Mess – Jack Skillingstead
  8. Inventor of the Future – Alec Nevala-Lee
  9. Legends and Lattes – Travis Baldree
  10. The Big Book of Cyberpunk – ed. Jared Shurin
  11. Venomous Lumpsucker – Ned Beaumont
  12. Star Trek Strange New Worlds: The High Country – John Jackson Miller
  13. The Cult of Creativity – Samuel W. Franklin
  14. A Dance to the Music of Time, vol 1 – Anthony Powell
  15. Foundation and Empire – Isaac Asimov
  16. O que não faz de você budista – Dzongsar Jamyang Khyentse
  17. Dirk Bogarde: the authorized biography – John Coldstream
  18. Cary Grant: the making of a Hollywood Legend -Mark Glancy
  19. Airside – Christopher Priest
  20. Dante: A Biografia – Alessandro Barbero
  21. The Remembrancer’s Tale – David Zindell
  22. Shikasta – Doris Lessing
  23. The Trigan Empire, vol 1 – Mike Butterworth
  24. The Medusa Frequency – Russell Hoban
  25. Latim em Pó – Caetano W. Galindo
  26. Cryptonomicon – Neal Stephenson
  27. Pedro Páramo – Juan Rulfo
  28. The Third Man – Graham Greene
  29. A Sombra das Chuteiras Imortais – Nelson Rodrigues
  30. Slow Horses – Mick Herron
  31. Honoré de Balzac – Ilusões Perdidas
  32. Os Detetives Selvagens – Roberto Bolaño
  33. Green Earth – Kim Stanley Robinson
  34. The Caltraps of Time – David I. Masson
  35. Phantom Lady – Cornell Woolrich
  36. La Bibilioteca Perduta – Carlo Vecce
  37. Sagarana – Guimarães Rosa

Vamos às estatísticas: destes 5 eram releituras, uma graphic novel, dois de autores brasileiros e dois de autoras. Nada impressionante, nem era esse o objetivo. Geralmente leio o que entra no meu radar; poucos livros eu leio de maneira planejada e ordenada. Talvez 2024 mude um pouco essa escrita (literalmente) porque já separei alguns livros de pesquisa para meu próximo romance. Acredito que a lista vai aumentar em termos de número ano que vem, mas se isso não acontecer, nenhum problema. O que vale é ter lido. Boas leituras para nós tudo em 2024.

Um comentário sobre “A vertigem das listas, 2023

  1. Pingback: A vertigem das listas: livros lidos em 2024 | Fábio Fernandes

Deixe um comentário